MIA COUTO – ficcionista

Luciana Morais da Silva

Mia Couto aprendeu, desde pequeno, em seu lar, o amor pelos homens, pelos livros e pela literatura (CHABAL, 1994, p. 275). Em suas próprias palavras, “a transgressão poética é o único modo de escapar […] à ditadura da realidade. Sabendo que a realidade é uma espécie de recinto prisional fechado com a chave da razão e a porta do bom-senso” (2009, p. 117). Para ele, todo o processo envolvido no contar as histórias é tão importante quanto a própria história.Como diz Jane Tutikian, em Couto, “mito e realidade formam um todo coerente e denunciador, opondo-se ao discurso do poder” (2006, p. 59). Caso, por exemplo, de narrativas como A varanda do Frangipani ([1996] 2007), Vinte e Zinco ([1999] 2004), O último voo do flamingo ([2000] 2005a), e as coletâneas de contos Vozes Anoitecidas ([1986], 2008) e Estórias Abensonhadas ([1994] 2009) dentre outros títulos, em que se misturam elementos autóctones e estrangeiros, produzindo diálogos entre o sólito e o insólito, configurados à luz das lâmpadas do progresso, mas profundamente comprometidos com as fogueiras e os contadores de sua cultura.

Em Pensatempos (2005), ele observa com bastante acuidade que cada cidadão é responsável por sua nação, pelo desenvolvimento de seu país. Como afirma Salufo Tuco, personagem de A varanda do frangipani, “– Sofremos a guerra, haveremos de sofrer a paz” (2007, p. 107). A estrutura d’A varanda do frangipani e suas micronarrativas memorialísticas remetem à formação de um mundo ficcional, que transita entre o sólito e o insólito, constituindo-se a partir do não típico, da exacerbação da banalidade quotidiana, por meio de uma existência prenhe de mitos e saberes. Suas narrativas entrelaçam tempos e espaços ao construírem personagens divididas entre a terra natal, Moçambique, e os aprendizados estrangeiros, como são os casos de Izidine Naíta (A varanda do Frangipani), Imani (Trilogia As areias do Imperador, 2015; 2016; 2017), Marianinho (Um Rio Chamado Tempo, uma Casa Chamada Terra, [2002] 2003) dentre outros.

As aventuras que conta ocorrem em meio aos transtornos quotidianos (morte de parentes, conflitos entre membros da família, fome etc.) que acometem as personagens, as quais, por si, ultrapassam seus limites ao ponto de enxergarem o caminho, em alguns momentos, pela irrupção do insólito ficcional. Tais histórias envolvem, por vezes, uma especial apreensão e trabalho com a língua, transitando entre renovações do sistema linguístico e ditados populares apropriados e ressignificados. Esse trânsito entre mundos promove a presença constante do estranhamento, que, por exemplo, permite ao assimilado voltar a conviver com suas matrizes culturais, questionando-as e revalidando-as. Nessas situações, confrontam-se experiências nativas e estrangeiras, sobrelevando aspectos inesperados, surpreendentes, insólitos.

O conflito entre autóctones e estrangeiros, tão prenhe de sentidos no percurso literário de Mia Couto, ganha ainda outra forma em O último voo do flamingo, narrativa em que o autor constrói a figura não de um retornado, que necessita reaprender a cultura local, mas de um italiano, Massimo Risi, que, apesar de conhecer a língua, precisa de um tradutor da cultura. Em seu percurso pelos sistemas de configuração do povo de Tizangara, Risi encontra resistência em lidar com o extraordinário apresentado até mesmo na vida de seu tradutor, o qual crê, mas questiona, permitindo ao italiano, portanto estrangeiro, vivenciar o mesmo dilema dos retornados da terra. Se já não bastasse a pertença da narrativa ao cerne do insólito ficcional, com variadas manifestações do inaudito, o caminho percorrido por Risi leva-o a desvendar os sabores e saberes da terra, chegando ao ponto de desvendar o mistério acerca dos capacetes azuis.

Outro romance que percorre os limites entre dentro e fora, entre os da terra e os estrangeiros, é Vinte e Zinco, escrito por encomenda como crítica ao 25 de Abril, que só chegaria mais tarde para Moçambique. Lourenço de Castro, personagem principal da narrativa, é um inspetor da PIDE profundamente marcado pelas dores derivadas de sua infância traumática com seu pai. Nesse mundo irregular e marcado por muitíssima agressão, homens e mulheres enfrentam a ausência de seu 25 de Abril, lutando contra as opressões por meio de uma crença na força da terra, da mágica que emerge das águas e ainda da própria terra. Desde a personagem Tchuvisco de olhos azuis, próximo aos oráculos gregos, até Jessumina, a feiticeira, capaz de dominar poderes da terra, a narrativa percorre caminhos próprios ao insólito ficcional, mergulhando na configuração de mundos doloridos, e marcados pela essência de um embate fortalecido pela possibilidade da superação por meio do extraordinário deífico. A violência alarmante presente na narrativa desenvolve-se lado a lado ao poder da magia transcendente e capaz de tornar o 25 de Abril Moçambicano possível. Há uma sucessão de elementos insólitos, surpreendentes, com o ápice nas descrições da iniciação e, também, na estranheza derivada da irrupção do monstro Napolo, uma cobra voadora.

Vozes Anoitecidas inaugura o percurso do autor pela narrativa curta em 1986, explorando o caminho crítico atrelado ao mítico-telúrico. Como afirma Craveirinha, no prefácio, “Mia Couto remete-nos para enredos e tramas cuja lógica se mede não poucas vezes pelo absurdo, por um irrealismo, conflitantes situações; pelo drama, o pesadelo, a angústia e a tragédia” (2008, p. 10). Em “A fogueira” (2008, p. 19-26), primeira narrativa do livro, enfrentam-se as complicações do tempo, descrevendo a sabedoria dos mais velhos, aliada ao companheirismo de um casal. Na convivência quotidiana, revela-se a efemeridade das relações humanas, despistando o leitor, principalmente ao guiá-lo pelo vale do desconhecido e do surpreendente. A morte acaba por ser uma morte comum ou parte de todo um contexto mais amplo? Não há resposta. A fogueira ganha, então, uma significação bem ampla, já que se divide entre imanência e transcendência, sendo a morte dividida entre passagem e fim. Ao lado da vida humilde, tem-se o companheirismo, sem em momento algum esquecer-se do quão insólita pode ser a própria vida. Ao fim, em uma dupla significação, brinca-se com a impossibilidade de determinação do destino humano, como ainda se questiona a “fogueira”, quer esta seja a chama da vida, quer esta seja a chama acesa para aquecer os mais humildes. Como observa Flavio García: “Os solos férteis de mitos, lendas e crenças autóctones, igualmente houvera na América Hispânica, facilitou, em África, a emersão de narrativas cujo elemento principal, aos olhos do outro parecesse estranho, extraordinário, sobrenatural, incomum, inesperado, inaudito, incoerente, insólito” (2013, p. 21, grifos do autor).

Mar me quer ([1998] 2000) e A chuva pasmada (2004a) caminham também no limite entre o sólito e o insólito, perpetuando a angústia da manutenção da dúvida levada e reafirmada até o desfecho narrativo. Em Mar me quer, por exemplo, há um inventário do mar, com a atuação das personagens à beira mar, em suas buscas por compreenderem os desafios do trânsito entre o ontem e o hoje, na relação entre antepassados e afetos. Trata-se de uma relação basicamente inesperada e surpreendente, visto que as próprias personagens a questionam. A chuva pasmada é uma narrativa que extrapola o simples relato sobre a poluição de uma fábrica para oferecer aos leitores o diálogo pela via do insólito, da construção de uma chuva incomum, atípica. Além de incorporar a crise da fábrica, a narrativa aborda temas como racismo e estupro, aliados a uma possibilidade de intervenção da ancestralidade calcada no insólito, na possibilidade de recuperação do saber mágico do mais velho para interferir na vida atual. Ambas narrativas que podem ser inscritas no insólito ficcional, principalmente pelo modo como suas personagens principais denunciam a percepção da manifestação do insólito como um marco de excepcionalidade na condução de seus quotidianos.

Mar me quer e A chuva pasmada exploram o recurso ao insólito, construindo mundos bastante tangenciáveis pelo mágico e mítico, próprios dos mundos autóctones referenciados como parte da cultura e história popular. Os mundos baseados na hipótese ancestral são muito corriqueiros e mesmo permeados pelas crenças familiares e do grupo convivente seja na praia, perto do mar, seja na fábrica, perto do rio. O elemento extraordinário e, pode-se dizer, que expõe o caráter insólito presente narrativa é a denúncia do estranhamento do grupo frente à manifestação do insólito. Nas narrativas é o contato com a ancestralidade que ocasiona a percepção de que o insólito irrompe como resposta para confrontos entre o ontem e o hoje. Em Mar me quer o processo de diálogo entre gerações entre pai, filho e avô ocorre de maneira insólita. Da mesma maneira em A chuva pasmada, os mais velhos são convocados para ensinar aos mais novos, e é pela sabedoria do mais velho que os infortúnios dos mais novos são superados.

A sabedoria do mais velho, bem como a tensão entre o sólito e o insólito, também estão presentes em textos para crianças e jovens, como O Gato e o Escuro (2001), O beijo da palavrinha (2006) e O menino no sapatinho (2013), em que são explorados o imaginário infantil e a capacidade de recriação do mundo a partir da perspectiva do mais jovem. Em mundos de transcendência, Mia Couto oferece-lhes uma literatura de cariz insólito, que contam, ainda, com excelentes ilustrações, semelhantemente às edições de A chuva pasmada e Mar me quer.

Estórias Abensonhadas é um importante título no que se refere à discussão acerca do insólito ficcional. Trata-se de uma coletânea de contos em que o autor ressignifica as tradições ancestrais ao reunir o ontem e o hoje em diálogos entre a guerra e a intervenção de uma natureza ativa. As narrativas são construídas na intersecção entre o sólito e o insólito. Em mundos permeados por elementos autóctones, o autor mergulha nas máculas da desilusão provocada pelo conflito, focado, porém, nos caminhos de esperança, deslumbrados diante das maiores penúrias. A primeira narrativa do livro, “Nas águas do tempo” (2009, p. 9-14), revela a efemeridade da vida, perpassando os ritos familiares e as relações ancestrais. A partir das águas há o nascimento, e é pelas águas que as personagens são capazes de transcender o mundo quotidiano, instaurando o insólito pelo olhar que têm de sua própria vida. Em outras narrativas do livro, “Jorojão vai embalando lembranças” (COUTO, 2009, p. 87-93) e em “A guerra dos palhaços” (COUTO, 2009, p. 151-155), o olhar para a ancestralidade cede lugar à apatia e ao conformismo com os infortúnios. Nessas narrativas, o oportunismo leva as personagens ao envolvimento em acontecimentos completamente alucinados e alucinantes. Sem explicações e sem muitas saídas, o mundo vai sendo organizado por uma lógica insólita, confrontadora, denotando o conflito como parte do humano ou de uma humanidade incomum, não típica, não ordinária.

Contos do Nascer da Terra ([1997] 1998) reúne um conjunto de narrativas em que o insólito está presente na raiz das personagens, que, em geral, tem suas construções físicas ou psíquicas a partir da manifestação do incomum. Há seres que engordam de maneira desmedida (“A gorda indiana”, COUTO, 1998, p. 8-12), da mesma forma em que há aqueles que diminuem até a completa desaparição (“O não desaparecimento de Maria Sombrinha”, COUTO, 1998, p. 3-4). São narrativas profundamente críticas, mas que evocam a perspectiva do insólito exatamente por terem o questionamento acerca do não típico no cerne de sua composição. Assim, a leitura sócio-política acaba por estimular a irrupção do insólito, dando-lhe maior visibilidade, como é o caso, por exemplo, de “O não desaparecimento de Maria Sombrinha” (COUTO, 1998, p. 3-4). Nessa narrativa, a jovem menina vai diminuindo de tamanho até que mais ninguém a pode enxergar. Trata-se de uma história carregada de significações que, por sua vez, dialoga com a dimensão apequenada do mais humilde, como também formula a reprodução humana de forma extraordinária para provocar dúvida e incômodo, próprios do insólito ficcional.

As palavras inventadas (E Se Obama Fosse Africano? E Outras Interinvenções, COUTO, 2009a) pelo escritor subscrevem a natureza de algo ainda não existente nos mundos conhecidos e recriados na produção literária dele. O universo de confecção de histórias do autor produz mundos insólitos, míticos, mágicos, irregulares, contraditórios, mas que se mantém pela continuidade da ancestralidade presente em seus interiores. Assim, narrativas criadas entre o onírico e o mundo em que se vive transbordam uma consciência prenhe de sentidos, já que capazes de propor um conjunto de discussões ao confrontar com o inaudito a força corrosiva da vida real, palpável.

Couto constrói mundos de possibilidades aos recriar espaços, crenças, personagens etc., transbordando o caráter crítico da história contada, com manifestações do insólito ficcional, promovendo o questionamento do atípico para evidenciar os conflitos e tornar o imaginário local mais evidente. Nos mundos deste autor moçambicano, a evidência da força presente na terra ganha ainda mais destaque. O ancestral, o antigamente, a renovação a partir do conhecimento do mais velho são marcas importantes para a compreensão de sua literatura (SILVA, 2013), e a manifestação do insólito ocorre pela reconfiguração de mundos a partir de um olhar detido no poder da terra auxiliando na restauração a ordem.

REFERÊNCIAS

CHABAL, Patrick. Vozes moçambicanas – Literatura e Nacionalidade. Lisboa: Vega, 1994.
COUTO, Mia. Biografia, bibliografia e premiações. In: Mia Couto (site). Disponível em: https://www.miacouto.org/biografia-bibliografia-e-premiacoes/. Acesso em 05 maio. 2020.
COUTO, Mia. Contos do nascer da terra. Lisboa: Caminho, 1998.
COUTO, Mia. A varanda do frangipani. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
COUTO, Mia. Vozes anoitecidas. 9. ed. Lisboa: Editorial Caminho, 2008.
COUTO, Mia. Estórias Abensonhadas. 9. ed. Lisboa: Caminho, 2009.
COUTO, Mia. E Se Obama Fosse Africano? E Outras Interinvenções. Lisboa: Caminho, 2009a.
CRAVEIRINHA, José. Prefácio à edição portuguesa (abril de 1987). In: Vozes anoitecidas. 9. ed. Lisboa: Editorial Caminho, 2008.
GARCIA, Flavio. Discursos fantásticos de Mia Couto: mergulhos em narrativas curtas e de média extensão em que se manifesta o insólito ficcional. Rio de janeiro: Publicações Dialogarts, 2013.
TUTIKIAN, Jane Fraga. Mia Couto: uma criação universal para uma identidade nacional. In: TUTIKIAN, Jane Fraga. Velhas identidades novas – O pós-colonialismo e a emergência das nações de língua portuguesa. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, p. 57-88, 2006.
SILVA, Luciana Morais da. Novas insólitas veredas: leitura de A varanda do frangipani, de Mia Couto, pelas sendas do fantástico. Rio de Janeiro: Dialogarts, 2013.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

ALVES, Nanci do Carmo. Mar me quer, de Mia Couto, entre as literaturas do insólito e juvenil. Rio de Janeiro: UERJ, 2013. Disponível em: http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UERJ_39fe0d928a28506a3c91497387822f92. Acesso em 18 jun. 2020.
CARMO, Joana D’Arc S. O. do. Vinte e zinco, de Mia Couto: mito e maravilhoso na construção da identidade nacional moçambicana. Rio de Janeiro: UERJ, 2011. Disponível em: http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UERJ_e0c9af76351a3c1dbc7086e8f4a51aa1. Acesso em 18 jun. 2020.
COUTO, Mia. Mar me quer. 9. ed. Lisboa: Caminho, 2000.
COUTO, Mia. O Gato e o Escuro. Lisboa: Caminho, 2001.
COUTO, Mia. Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
COUTO, Mia. Vinte e Zinco. 2. ed. Lisboa: Caminho, 2004.
COUTO, Mia. A chuva pasmada. Lisboa: Caminho, 2004a
COUTO, Mia. Pensatempos – textos de opinião. 2.ed. Lisboa: Caminho, 2005.
COUTO, Mia. O último voo do flamingo. São Paulo: Companhia das Letras, 2005a
COUTO, Mia. O beijo da palavrinha. Rio de Janeiro: Lingua Geral, 2006.
COUTO, Mia. O menino no sapatinho. Lisboa: Caminho, 2013.
COUTO, Mia. Mulheres de cinza. As areias do imperador uma trilogia moçambicana livro um. Alfragide: Caminho, 2015
COUTO, Mia. A espada e a aziaga. As areias do imperador uma trilogia moçambicana livro dois. Alfragide: Caminho, 2016.
COUTO, Mia. O bebedor de horizontes. As areias do imperador uma trilogia moçambicana livro três. Alfragide: Caminho, 2017.
FONSECA, Maria Nazareth Soares e CURY, Maria Zilda Ferreira. Mia Couto: espaços ficcionais. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
LEITE, Ana Mafalda. Oralidades e escritas pós-coloniais – estudos sobre literaturas africanas. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2012.
LEITE, Ana Mafalda. Ensaios sobre Literaturas Africanas. Maputo: Alcance, 2013.
NEVES, Alexsandre de Andrade. Leitura mítico-metáforica do romance Vinte e zinco. Rio de Janeiro: UERJ. Disponível em: http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UERJ_32a3b651256b94dedc0e5d7bf4769ad9. Acesso em 22 jun. 2020.
PETROV, Petar (2014). O projecto literário de Mia Couto. Lisboa: CLEPUL, 2014.
SILVA, Luciana Morais da. Memórias Estilhaçadas: a varanda de encontros híbridos. Rio de Janeiro: UFRJ/ Faculdade de Letras, 2012.
SILVA, Luciana Morais da. Figurações da personagem e o universo insólito nos novos discursos fantásticos: narrativas curtas de Murilo Rubião, Mário de Carvalho e Mia Couto. Tese (Doutorado em Letras) – Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro; Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Portugal, 2016. Disponível em: https://eg.uc.pt/bitstream/10316/39121/1/Figura%C3%A7%C3%B5es%20da%20personagem%20e%20o%20universo%20ins%C3%B3lito%20dos%20novos%20discursos%20do%20fant%C3%A1stico.pdf. Acesso em 04 jun. 2020.
TRINDADE JUNIOR, João Olinto. No Coração da Tempestade: uma reflexão sobre o insólito no romance Vinte e zinco, de Mia Couto. Rio de Janeiro: Dialogarts, 2013.