JOSÉ SARAMAGO – ficcionista

Eloisa Porto Braem

José (de Souza) Saramago (Azinhaga, 16/11/1922 – Lanzarote, 18/06/2010), vencedor do prêmio Nobel de Literatura de 1998, foi autor de uma extensa obra literária, composta de romances, contos, crônicas, poesias, peças teatrais, livros de memórias e viagens, com vários títulos adaptados para o cinema e até para a ópera. Sem abandonar o diálogo com a tradição histórica, o autor inicia uma etapa de investigações mais ontológicas, após a publicação de Ensaio sobre a cegueira (1995), sempre retomando temáticas, motivos e atitudes já notados no início da carreira, cujos aspectos que pode acrescentar, o insólito, com destaque para o fantástico, o maravilhoso e o estranho, como problematizações do mundo e manifestações de uma “atitude insubmissa aos sentidos dominantes, instituindo pela contradição, por uma postura de irrealismo crítico, uma dimensão ideológica (ou contra-ideológica)” e, portanto, passível de leituras alegóricas (OLIVEIRA FILHO, 2010, p. 93), mesmo que Todorov (1975) refutasse essa possibilidade. Assim, os sentidos reinantes são problematizados pela ambiguidade intranquilizadora e pelo saber oculto no sentido alegórico que, em suas narrativas, resistem a opressões e censuras, como as da época salazarista.O elemento insólito – fantástico, maravilhoso ou estranho – funciona como tropo desestabilizador de contextos e cenários, pode desencadear novas demandas ou peregrinações e levar personagens subalternizados a superarem adversidades, a emanciparem-se e a revolucionarem a própria vida (O Homem Duplicado, 2002) ou a quebrarem a rotina de uma comunidade (A Maior Flor do Mundo, 2001). Podem, ainda, contribuir para se inverter, na ficção, as imagens históricas tradicionalmente aceitas dos dominados e dos dominadores, destituindo os segundos do heroísmo e convertendo os primeiros de anônimos a heroicos (Memorial do Convento, 1982).

Na obra saramaguiana, são fartos os exemplos desses elementos insólitos desestabilizadores – fantásticos, maravilhosos ou estranhos – e das transformações por eles desencadeadas, afetando diferentes componentes estruturais da ficção, como: 1- personagens duplos em O Homem Duplicado; 2- personagens e tempos fantásticos ou estranhos em O Ano da morte de Ricardo Reis (1984); 3- espaços e personagens maravilhosos ou eventos estranhos em A Jangada de Pedra (1986), O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991) e Caim (2009); 4- enredos e eventos estranhos ou personagens doentios, como no Ensaio sobre a Cegueira, entre outros. Esses elementos narrativos, a princípio milagrosos, maravilhosos ou fantásticos, muitas vezes transitam para a esfera do estranho, quando são explicados mais ou menos racionalmente, como demonstra Pál Ferenc (2012, s/p.). É o que ocorre com os milagres, por vezes explicados mais ou menos racionalmente, e com os personagens provenientes do maravilhoso cristão, que são humanizados em O Evangelho Segundo Jesus Cristo e Caim, por exemplo. Mas, não se encontra figura insólita que exerça, na obra de Saramago, a função de narrador, talvez porque este se confunda com a voz autoral, muitas vezes: “o narrador não existe, quem existe é o autor, que tem uma história na cabeça e a quer passar ao papel. E como isto para mim é quase uma regra de ouro, estou presente, admito que às vezes até demais, no que escrevo. Não para falar de mim, mas para dar as minhas opiniões, as minhas sentenças” (SARAMAGO, 2003, p. 96). Nesse fragmento, vemos que Saramago não reconhece alteridade ao seu narrador nem admite um narrador emancipado da sua voz autoral, por isso não cria um narrador insólito. Seus narradores até podem se inquietar com os elementos insólitos que observam e narram, podem se indignar diante das descrições de espaços e tempos insólitos que examinam, podem se chocar com personagens insólitos ou com ações insólitas que pratiquem, criticar os efeitos desses elementos insólitos na vida de outros personagens e no destino de nações. Mas se mantêm ponderados e identificados com a figura do autor, buscando as tais explicações racionais que tantas vezes humanizam figuras maravilhosas ou convertem o milagroso e o fantástico em estranho.

A Jangada de Pedra, escrita na época em que Portugal e Espanha entravam na União Europeia, permite uma leitura alegórica para o evento fantástico (DEVES, 2020, p. 199-209) que marca o espaço geopolítico, mudando não apenas a rotina de uma comunidade, mas transformando até o planisfério e a configuração dos países e continentes no mapa-múndi. Após vários acontecimentos inexplicados, uma fratura na terra separa do continente europeu o maciço contendo a Península Ibérica. Convertida em ínsula ou ilha, o bloco luso-hispânico se desloca à deriva pelo Oceano Atlântico rumo ao sul e lança também os personagens ibéricos numa busca de seu lugar no mundo ou de um novo espaço para se assentarem, iniciando uma convivência comunitária que os fortalece. Trata-se não apenas de uma materialização alegórica do iberismo de Saramago, que por vezes defendeu mesmo uma integração entre Portugal e Espanha numa espécie de Federação Ibérica, mas também se trata do questionamento às relações políticas, econômicas e culturais entre Portugal, Espanha e os demais países da União Europeia. Cabe ressaltar que vários personagens em peregrinação são também especiais, destacados da multidão e unidos por terem presenciado ou desencadeado uma série de eventos relacionados à inusitada fratura. Joana Carda, por exemplo, ao riscar o solo com uma vara de negrilho, produz uma vala, que se refaz ao ser apagada, o que lhe causa um sentimento de culpa pelo descolamento da Península Ibérica. Joaquim Sassa lança uma pedra ao mar, de uma praia no Porto, atingindo uma distância que desafia as leis da física. José Anaiço é misteriosamente seguido por um bando de estorninhos. A galega Maria Guavaira tem uma meia que não cessa de desfazer-se, originando uma fantástica nuvem de lã azul. Pedro Orce sente a vibração contínua do solo ibérico e o cão Constante, que estava entre França e Espanha no momento da fratura, pula para a Península e se torna guardião e guia dos personagens extraordinários na Península convertida em ínsula – como o maravilhoso Cérbero guardava o Tártaro. Esses ingredientes insólitos – ora fantásticos ora maravilhosos – são usados pelo narrador para dar destaque aos personagens ibéricos, ao bloco que se separa do restante da Europa e aos crescimentos individuais e coletivos que gradativamente conseguem.

O Ano da morte de Ricardo Reis, ao dialogar com a heteronímia ou com os duplos pessoanos, apresenta um tempo maravilhoso vivido por Ricardo Reis e seu criador morto, o fantasma de Pessoa, como uma espécie de gestação contrária ou uma contagem regressiva no tempo de existência do personagem-título da narrativa. Como se a morte do criador naturalmente implicasse no fim/morte também da criatura após oito meses, tal período sombrio é vivido com relativa resignação pelo conservador Reis. Numa leitura alegórica, tal insólito período sombrio duplica o período histórico que contextualiza a obra: o salazarismo, época de crises, censuras, perseguições políticas e prisões arbitrárias em Portugal, torturas e execuções nos porões da ditadura, sangrentas guerras coloniais em África, tudo mascarado pela propaganda ufanista do regime. Assim, a obra de Saramago se vale de elementos insólitos para desconstruir as imagens heroicas do Salazar/pai e da nação ufanista, tão propagandeadas durante a ditadura, inclusive usando obras literárias.

Memorial do Convento, narrativa eivada de ingredientes maravilhosos e de iconoclastia, também contesta imagens heroicas de reis e desconstrói idealizações da nação. Paralelamente, converte representantes do povo, humildes anônimos, em personagens heroicos, valendo-se de elementos maravilhosos e do disforme: 1- Blimunda é aquela que vê, através dos corpos, as “vontades” humanas, como as bruxas perseguidas durante séculos pela Igreja católica; 2- Baltasar, o soldado maneta, representa a força de trabalho explorada e espoliada, necessária para levantar os monumentos, a nação e a insólita passarola, idealizada por: 3- Bartolomeu, o elo entre o povo e o conhecimento científico, que planeja e constrói, com a ajuda dos outros dois a “passarola”, maravilhosa máquina de voar (como a de Ícaro) movida pelas “vontades” humanas. Tais elementos insólitos são usados pelos personagens populares para revolucionarem as próprias vidas e pelo narrador para dar destaque ao papel histórico-social exercido pela mulher, pelo operário e pelos humildes em geral na obra. Além disso, esses elementos maravilhosos contribuem na inversão das trajetórias ficcionais do rei e do povo em Memorial do Convento, se tomarmos como parâmetro a ascensão popular e a desconstrução da figura heroica do rei, enaltecido pela historiografia tradicional devido à construção do Convento de Mafra.

Já em O Homem Duplicado, a trama se organiza e se desenrola a partir do surgimento de um personagem fantástico, um duplo do protagonista, e do insólito diálogo que o narrador ou Tertuliano estabelecem com o senso comum, personificado em vários momentos na obra: “o senso comum de Tertuliano Máximo Afonso compareceu finalmente a dar-lhe o conselho” (SARAMAGO, 2002, p. 31). Nesse diálogo, o narrador e o próprio protagonista desconstroem consensos, preconceitos, clichês e convenções ou a doxa, de que nos fala Roland Barthes (s/d, p. 53): “a Opinião pública, o Espírito majoritário, o Consensus pequeno-burguês, a Voz do Natural, a Violência do Preconceito”, que exerce sua tradicional função repressiva, fundada em valores que favorecem o poder instituído e que se tornam supostamente inquestionáveis. A partir dos estranhamentos ao duplo e ao senso comum, Tertuliano vai construindo e consolidando uma nova identidade para si, deixando de ser abúlico e se aproximando gradativamente da altivez de seu nome: Tertuliano Máximo Afonso – um nome de reis, Afonso, e o superlativo Máximo. Assim como nas obras anteriores, os elementos insólitos são imprescindíveis para a reviravolta na história, mesmo que essa seja uma revolução de pequenas dimensões, se comparada às grandes revoluções de obras anteriores, como Memorial do Convento e A Jangada de Pedra, entre outras.

Em Todos os Nomes (1997), a causa de reviravolta são as aventuras estranhas – segundo Ferenc (2012, s/p.), por não romperem com leis naturais – dentro dos marcos do sistema de registros, desencadeadas pelo amor insólito por uma morta, vindo de um solitário e entediado escriturário, responsável pelos processos de todos os vivos e mortos de sua localidade, na Conservatória Geral do Registro Civil. É ele que um dia resolve embaralhar os arquivos dos vivos e dos mortos, “antes autoritariamente dispostos em espaços excludentes”, pelo amor dessa desconhecida, cujos dados encontrou num dos verbetes dos arquivos e que ele continua a amar e a buscar mesmo depois de sabê-la morta. Mais um modo de usar o insólito para subverter o senso comum, os padrões ou a doxa e desconstruir o registro historiográfico oficial.

No Ensaio sobre a Cegueira – distopia inaugural da segunda fase romanesca de Saramago – encontramos várias manifestações do estranho, como uma cegueira branca de rápida disseminação, que desencadeia e sustenta o enredo insólito: uma epidemia que altera radicalmente a dinâmica sociopolítica de uma civilização, incluindo os estranhos fatos de só uma mulher não contrair a doença e de os graves sintomas repentinamente desaparecerem nos infectados. Esses elementos insólitos, mais uma vez, sustentam construções alegóricas usadas pelo narrador para criticar a civilização capitalista ocidental e a incapacidade dos cidadãos contemporâneos para reagir e minimizar a degradação crescente aos espaços e às relações humanas. Nesse contexto, o narrador, “a mulher do médico” e a pequena comunidade que ela lidera surgem como esperanças de (re)humanização dos demais cidadãos (cegos e leitores).

É o que ocorre também em A Maior Flor do Mundo – publicada pela primeira vez como crônica para adultos em jornal na década de 1970; depois em A Bagagem do Viajante (1986) com o título “História para crianças”; reescrita por Saramago e ilustrada por João Caetano, em 2001, como livro ilustrado para crianças; e adaptada para animação em 2006-2007, por Juan Pablo Etcheverry com a participação de Saramago. Nessa(s) obra(s), notamos, desde o título, o elemento fantástico ligado à causa ambiental, à capacidade de regeneração da natureza, representada pelo crescimento hiperbólico de uma flor, após os cuidados de um menino. Nesse caso, o insólito aparece como estratégia para ressaltar o comportamento destemido e ousado do “herói menino”, em busca de conhecer o ambiente à sua volta e ajudar o próximo/flor a se recuperar da degradação provocada pelo homem adulto:

Desce o menino a montanha,
Atravessa o mundo todo,
Chega ao grande rio Nilo,
No côncavo das mãos recolhe
Quanto de água lá cabia,
Volta o mundo a atravessar,
Pela vertente se arrasta,
Três gotas que lá chegaram,
Bebeu-as a flor sedenta.
Vinte vezes cá e lá,
Cem mil viagens à Lua,
O sangue nos pés descalços,
Mas a flor aprumada
Já dava cheiro no ar,
E como se fosse um carvalho
Deitava sombra no chão (SARAMAGO, 2001, p. 16).

No trecho, os espaços e distâncias são dilatados hiperbolicamente, mas o tempo, como um aliado do herói, também se dilata, permitindo que grandes distâncias sejam rapidamente vencidas pelo menino. Isso possibilita que se desloque velozmente pelo globo terrestre e até pelo universo, desenvolvendo um número enorme de atividades num insignificante espaço de tempo. Com isso, tempo e espaço hiperbólicos acentuam a coragem, o empenho e a habilidade do menino, favorecidos pela imaginação infantil, que contribui no alargamento do tempo-espaço e da competência infantil para cumprir tarefas incríveis, superar distâncias e obstáculos incontáveis. Esses dois personagens, inicialmente pequenos e comuns: um menino e uma flor “tão caída, tão murcha” (SARAMAGO, 2001, p. 14) ganham relevo ao desestabilizarem a mesmice e transformarem a rotina dos moradores de uma aldeia. São retirados de suas vidas comuns um pelo outro e se engrandecem mutuamente. Como em muitas obras de Saramago, observamos elementos insólitos sendo usados pelo narrador para a valorização de sujeitos humildes, que se emancipam, saem do anonimato e ganham notoriedade, trazendo notoriedade também ao autor das obras: menino, flor, Saramago…

Com isso, ironicamente, esse narrador saramaguiano, que não esconde suas pretensões pedagógicas, como tantos outros narradores de Saramago, incentiva o seu leitor a criar, a produzir, a ousar, a desafiar limites, já que o próprio narrador produz aquilo que dizia a princípio não saber fazer: “Quem sabe se um dia virei a ler outra vez esta história, escrita por ti que me lês, mas muito mais bonita?…” (SARAMAGO, 2001, p. 26). Não subestima o potencial do seu leitor (adulto ou criança), valoriza o livro e a possibilidade emancipatória dos pequenos (crianças ou humildes): “Quando depois passava pelas ruas, as pessoas diziam que ele saíra da aldeia para ir fazer uma coisa que era muito maior do que o seu tamanho e do que todos os tamanhos” (SARAMAGO, 2001, p. 24). Assim como vimos ocorrer em obras para adultos, o narrador saramaguiano aposta no protagonismo dos humildes e prega a reescrita da História ou de qualquer história, incentivando seu leitor a transformar sua situação e a de outros personagens marginalizados.

Desse modo, num jogo emancipatório, o narrador-mestre-autor do livro incentiva-ensina seu leitor-autor a ousar, a recriar-reescrever as histórias que recebe e a não se conformar, da mesma forma que Saramago sempre reescreveu a História em sua literatura. A escrita ou o processo de (re)escrita torna-se um processo de elevação do pequeno, do silenciado. E o resultado é a elevação dos três ou mais: quem escreve, quem é (re)escrito, quem lê e pode passar a (re)escrever sua vida e a de quem está em volta. Nesse intuito, o narrador usa o insólito como elemento de subversão da ordem, para provocar personagens e leitores, expandir tempos, espaços e ações, valorizando o protagonismo/atrevimento do pequeno, na reescrita de sociedades e histórias. Nessa perspectiva, Saramago pode ser apontado como um escritor de obras onde há sempre certa esperança, no sentido de que ainda conseguem propor mudanças ou apostar, mais ou menos abertamente, na utopia revolucionária e transformadora – quer seja ela promotora de grandes revoluções na História, quer de crescimentos aparentemente diminutos na esfera individual.

Assim, Saramago explora a desestabilização provocada pelo elemento insólito a serviço de sua incessante reescrita da História através da literatura, dessacralizando textos sagrados (Caim), desconstruindo heróis consagrados pela tradição e colocando no lugar deles cidadãos comuns, Cristos de carne e osso (O Evangelho segundo Jesus Cristo) ou personagens humildes que retira do anonimato, encoraja, dá visibilidade e protagonismo revolucionário em suas obras. Com isso, Saramago critica tempos estranhos, como o período ditatorial salazarista na gestação contrária do heterônimo de Pessoa em O Ano da Morte de Ricardo Reis. Questiona a geopolítica mundial, através da fratura e do deslocamento da Península Ibérica à deriva em A Jangada de Pedra. Denuncia a degradação ambiental em A Maior Flor do Mundo. Critica situações de exploração em diferentes contextos, como a vivida pela Lídia, mulher a dias de O Ano da Morte de Ricardo Reis, e por tantos personagens do Memorial do Convento e de outras obras. E focaliza doenças estranhas, como a “cegueira branca” em Ensaio sobre a cegueira, que pode metaforizar o excesso de luz e de tecnologias, que ocupam/distraem/absorvem os sujeitos nas sociedades contemporâneas. Apresenta muitos personagens abúlicos e solitários, absorvidos por suas rotinas de trabalho, como o senhor José de Todos os Nomes (1997) ou o Tertuliano no início de O Homem Duplicado, personagens em crises de identidade, perdidos e afetados de diferentes modos por fenômenos contemporâneos como a massificação e a globalização, como os personagens à deriva em A Jangada de Pedra. Entretanto, vemos também a busca de saídas/soluções e as reações desses operários, professores do ensino secundário, escriturários, camponeses, crianças, bruxas e tantas mulheres fortes, protagonizando processos de emancipação, capazes de liderar e transformar suas sociedades, cuidar do meio ambiente e dos seus semelhantes, transformar seus contextos pelo exercício do pensamento crítico, pela convivência comunitária democrática e pela constante reescrita de (suas) histórias.

Desse modo, ainda que Saramago não seja propriamente dito, um expoente do insólito ficcional, a imensa maioria de sua obra transita pelas diferentes manifestações dessa literatura.

REFERÊNCIAS

BARTHES, Roland. Roland Barthes por Roland Barthes. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Cultrix, s/d.
DEVES, Maristela Scheuer. A jangada de pedra: entre o (neo)fantástico e o alegórico. In: Revista Fronteiraz, n. 24. São Paulo: PUC-SP. p. 199-209, 2020. Disponível em: file:///Users/eloisaporto/Downloads/47458-143889-1-PB.pdf. Acesso em 30 jul. 2020.
FERENC, Pál. O Fantástico nos Romances de José Saramago. In: Revista Recorte, v. 9, n. 1. Três Corações, MG: UNINCOR, 2012. Disponível em: http://periodicos.unincor.br/index.php/recorte/search/authors/view?firstName=P%C3%A1l&middleName=&lastName=Ferenc%20%28Universidade%20E%C3%B6tv%C3%B6s%20Lor%C3%A1nd%20%E2%80%93%20Budapeste%29&affiliation=&country=. Acesso em 30 jul. 2020.
OLIVEIRA FILHO, Odil José de. O Fantástico, a Alegoria e a obra de José Saramago. In: Caderno Seminal Digital. Ano 16, v. 14, n. 14. Rio de Janeiro: UERJ. p. 90-101, 2010. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/cadernoseminal/article/view/10359. Acesso em 29 jul. 2020.
SARAMAGO, José. Memorial do Convento. Lisboa: Caminho. 357p, 1982.
SARAMAGO, José. O Ano da Morte de Ricardo Reis. Lisboa: Caminho, 415p, 1982.
SARAMAGO, José. A Jangada de Pedra. Lisboa: Caminho, 330p, 1985.
SARAMAGO, José. O Evangelho segundo Jesus Cristo. Lisboa: Caminho, 445p, 1991.
SARAMAGO, José. Ensaio sobre a Cegueira. Lisboa: Caminho, 310p, 1995.
SARAMAGO, José. Todos os Nomes. Lisboa: Caminho, 279p, 1997.
SARAMAGO, José. A Maior Flor do Mundo [Ilustração: João Caetano]. Lisboa: Editorial Caminho, 2001.
SARAMAGO, José. O homem duplicado. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
SARAMAGO, José. Entrevista de José Saramago a José Carlos Vasconcelos. InRevista Visão. Lisboa, 2003.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política. 3.ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.
CARVALHAL, Tânia Franco (Org). Saramago na Universidade. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 1999.
Cerdeira, Teresa Cristina. José Saramago: entre a história e a ficção: uma saga de portugueses. Lisboa: Publicações D. Quixote, 1989.
Cerdeira, Teresa Cristina. Saramago e Redol: Referência e Reverência. In: José Saramago II bagaglio dello scrittore. Roma: Bulzoni Editore, 1996.
Cerdeira, Teresa Cristina. O Avesso do Bordado: ensaios de literatura. Lisboa: Caminho, 331p, 2000.
CORRÊA, Eloísa Porto A. Braem. A demanda da identidade através do espelho: uma leitura de O homem duplicado de José Saramago. [Dissertação de Mestrado]. Rio de Janeiro: UFRJ, 2005.
CORRÊA, Eloísa Porto A. Braem. Peregrinação e Insólito num Conto Infantil de Saramago. In: XII Congresso Internacional da ABRALIC: Centro, Centros – Ética, Estética. Curitiba: UFPR, 2011.
CORRÊA, Eloísa Porto A. Braem. O Atrevimento e o Insólito em A Maior Flor do Mundo de Saramago. In: Caderno Seminal Digital, ano 21, v. 1, n. 23. Rio de Janeiro: UERJ, 2015.
FURTADO, Felipe. A construção do fantástico na narrativa. Lisboa: Livros Horizonte, 1980.
GAMA-KHALIL, Marisa Martins (2015). Os objetos e a irrupção do fantástico em objecto quase de josé saramago e objetos turbulentos de josé j. Veiga. In: GARCÍA, Flavio; GAMA-KHALIL, Marisa Martins (Orgs). Vertentes do Insólito Ficcional – Ensaios I. Rio de Janeiro: Dialogarts.
GARCÍA, Flavio; VOLOBUEF, Karin; GAMA-KHALIL, Marisa. Vertentes do Insólito Ficcional. ABRALIC, p. 71-72, 2011. Disponível em: http://www.abralic.org.br/download/simposiosaprovados.pdf. Acesso em 25 jan. 2015.
GARCÍA, Flavio. Quando a manifestação do insólito importa para a crítica literária. In: GARCÍA, Flavio; BATALHA, Maria Cristina. Vertentes teóricas e ficcionais do insólito. Rio de Janeiro: Caetés, 2012.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. 7. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
HUTCHEON, Linda. Poética do pós-modernismo: história, teoria, ficção. Tradução de Ricardo Cruz. Rio de Janeiro: Imago, 1991.
JORNAL DE LETRAS. n. 819 e 838, 2002.
LOURENÇO, Eduardo. O Labirinto da Saudade, Psicanálise Mítica do Destino Português. 5.ed. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1978.
MACEDO, Helder. Trinta Leituras. Lisboa: Editorial Presença, 2007.
MURARO, Rose Marie & BOFF, Leonardo. Feminino e masculino: uma nova consciência para o encontro da diferença. Rio de Janeiro: Sextante, 2002.
NESTROVSKI, Arthur. Prefácio. In: SARAMAGO, José. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
PESAVENTO, Sandra Jatahy (Org). Fronteiras do Milênio. Porto Alegre: UFRGS, 2001.
REIS, Carlos. Diálogos com José Saramago. Lisboa: Caminho, 1998.
REIS, Carlos. O homem diante do espelho. In: Jornal de Letras, ano XXII, n. 838, 2002.
SARAIVA, Antônio José; LOPES, Oscar. História da Literatura Portuguesa. 15. ed. Porto: Porto Ed, 1989.
SARAMAGO, José. Terra do Pecado. Lisboa: Minerva, 331p, 1947.
SARAMAGO, José. Os Poemas Possíveis. Lisboa: Portugália, 188p, 1966.
SARAMAGO, José. Provavelmente Alegria. Lisboa: Livros Horizonte, 97p, 1970.
SARAMAGO, José. Deste Mundo e do Outro. Lisboa: Arcádia, 213p, 1971.
SARAMAGO, José. A Bagagem do Viajante. Lisboa: Futura, 201p, 1973.
SARAMAGO, José. As Opiniões que o D. L. Teve. Lisboa: Seara Nova/Editorial Futura, 222p, 1974.
SARAMAGO, José. O Ano de 1993. Lisboa: Futura, 69p, 1975.
SARAMAGO, José. Os Apontamentos. Lisboa: Seara Nova, 246p, 1976.
SARAMAGO, José. Manual de Pintura e Caligrafia. Lisboa: Moraes Editores, 347p, 1976.
SARAMAGO, José. Objecto Quase. Lisboa: Moraes Editores, 139p, 1978.
SARAMAGO, José. A Noite. Lisboa: Caminho, 115p, 1979.
SARAMAGO, José. Levantado do Chão. Lisboa: Caminho, 366p, 1980.
SARAMAGO, José. Que farei com este livro?. Lisboa: Caminho, 167p, 1980.
SARAMAGO, José. Viagem a Portugal. Lisboa: Círculo de Leitores, 237p, 1981.
SARAMAGO, José. A Segunda Vida de Francisco de Assis. Lisboa: Caminho, 132p, 1987.
SARAMAGO, José. História do Cerco de Lisboa. Lisboa: Caminho, 348p, 1989.
SARAMAGO, José. In nomine Dei. Lisboa: Caminho, 164p, 1993.
SARAMAGO, José. Cadernos de Lanzarote I. Lisboa: Caminho, 177p, 1994.
SARAMAGO, José. Cadernos de Lanzarote II. Lisboa: Caminho, 1995.
SARAMAGO, José. Cadernos de Lanzarote III. Lisboa: Caminho, 1996
SARAMAGO, José. Cadernos de Lanzarote IV. Lisboa: Caminho, 1997.
SARAMAGO, José. O Conto da Ilha Desconhecida. Lisboa: Expo98 / Assírio & Alvim, 1997.
SARAMAGO, José. Cadernos de Lanzarote V. Lisboa: Caminho, 1998.
SARAMAGO, José. Discursos de Estocolmo. Lisboa: Caminho, 39p, 1999.
SARAMAGO, José. A Caverna. São Paulo: Companhia das letras, 2000
SARAMAGO, José. Ensaio sobre a Lucidez. São Paulo: Companhia das letras, 2004
SARAMAGO, José. As Intermitências da Morte. São Paulo: Companhia das letras, 2005.
SARAMAGO, José. Don Giovanni ou O Dissoluto Absolvido. São Paulo: Companhia das letras, 2005.
SARAMAGO, José. As Pequenas Memórias. São Paulo: Companhia das letras, 2006.
SARAMAGO, José. As Viagem do Elefante. São Paulo: Companhia das letras, 2008.
SARAMAGO, José. Caim. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
SARAMAGO, José. O Silêncio da Água [Ilustração: Manuel Estrada]. São Paulo: Cia das Letras, 2011
=SARAMAGO, José. Claraboia. São Paulo: Companhia das letras, 2011
SARAMAGO, José. AlabardasAlabardas, Espingardas, Espingardas. São Paulo: Cia das letras, 2014.
SARAMAGO, José. Último Caderno de Lanzarote. São Paulo: Cia das letras, 2018.
SEIXO, Maria Alzira. O essencial sobre José Saramago. Porto: HCM, s/d.
SEIXO, Maria Alzira. A palavra do romance: ensaios de genologia e análise. Lisboa: Livros Horizonte. 241p, 1986.
SEIXO, Maria Alzira. Os espelhos virados para dentro. Configurações narrativas do espelho e do imaginário em José Saramago. In: José Saramago – II bagaglio dello scrittore. Roma: Bulzoni, 1996.
TODOROV, Tzvetan. Introdução à literatura fantástica. São Paulo: Perspectiva, 1975.